Escrevi um texto sobre a forma de decretar as áreas de preservação urbana e a situação do modelo de crescimento econômico, sem distribuição de renda, que gera os baixíssimos salários do país, verdadeiro responsável pela miséria e a forma de ocupação desordenada e sem nenhuma estrutura, enfrentada por grande parte das classes trabalhadoras, denominado "Favelização e Desmatamento". Estou enviando e-mail para os interessados em conhecer o texto e o distribuindo pela cidade, bem como na cidade do Rio de Janeiro. É a minha singela colaboração aos debates sobre o tema.
Regularização Fundiária e a Cidade que queremos
27/03/2010 15:59Por Delnia Rangel.
Para começar o assunto de regularização fundiária, precisamos conhecer o modelo de ocupação dos espaços das cidades brasileiras. Percebemos que a população mais pobre ocupa locais sem a infraestrutura necessária, áreas inadequadas à ocupação humana ou áreas de preservação ambiental.
Os administradores públicos devem refletir sobre as questões abaixo:
Como são produzidos os assentamentos informais?
Qual é a importância de regularizá-los?
Quando os programas de regularização devem ser formulados e implementados?
Como os programas de regularização devem ser formulados e implementados?
Que áreas devem ser regularizadas?
O que fazer nas áreas ocupadas onde não couber a regularização?
Quais são os direitos dos ocupantes de assentamentos informais?
Quem deve pagar( e como?) pelos programas de regularização?
O que deve acontecer depois da regularização das áreas?
Um projeto de urbanização de uma cidade tem que formular as perguntas corretas. Respondê-las será um longo caminho. Que vai levar ao resgate da cidadania . Um caminho que queremos e devemos percorrer.
Um projeto de desenvolvimento de uma cidade deve-se pautar pela inclusão social e ampliação da cidadania. Precisamos portanto, pensar qual deve ser o "lugar" dos mais pobres na cidade. A falta de recursos e a necessidade de "morar" perto do trabalho leva uma grande parcela da população a ocupar terrenos frágeis ou em áreas não passíveis de urbanização. Locais ausentes dos mapas, dos cadastros de prefeituras e concessionárias de serviços públicos são ocupados num movimento progressivo, incompleto e totalmente independente das ações do poder público.
A presença de um vasto contingente de assentamentos irregulares inseridos de forma ambígua na maioria das cidades alimenta a máquina de exclusão territorial que bloqueia o acesso dos mais pobres às oportunidades econômicas e de desenvolvimento humano e qualidade de vida que as cidades podem oferecer.
O Ministério das Cidades através da Secretaria Nacional de Programas Urbanos (SNPU), contempla dois movimentos simultâneos e complementares para vencer o desafio de reabilitar e democratizar áreas degradadas ou subutilizadas.
O primeiro deles é uma AÇÃO CURATIVA que visa a regularização plena dos assentamentos de baixa renda já consolidados, através do gerenciamento e remoção de riscos. Já que uma área foi ocupada, incorporou-se mesmo que irregularmente à cidade ,cabe ao poder público evitar a discriminação e a marginalização da população que a habita. Temos dois programas em execução com relativo sucesso. O programa PAPEL PASSADO do governo federal e a política de ocupar as favelas fluminenses através de Unidade de Polícia Pacificadora.
O outro movimento é uma AÇÃO PREVENTIVA visando evitar a formação de novos assentamentos precários, a ocupação e uso predatório do patrimônio ambiental das cidades. O mais expressivo sinal desta ação culminou na elaboração do Plano Diretor Participativo.
Precisamos retomar o fio condutor desta história. Cabo Frio está merecendo um olhar atento e um cuidado de seus representantes na condução destes dois movimentos.
CURAR e PREVENIR. Precisamos curar nossa cidade e precisamos prevenir que nosso patrimônio ambiental tão cheio de belezas , histórias e tradições seja levado a um processo de degradação que não seja mais passível de cura.
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