Royalties e Sustentabilidade

12/08/2009 20:53

 

A frase do filósofo Aristóteles, “ o homem é um ser político “, identifica-se com o conceito do “ ser “ comunitário, do cidadão, no sentido mais abrangente possível. Ele está inserido em um espaço social no qual se estabelecem relações econômicas, educacionais, políticas e o que é tão importante e geralmente esquecido, ocupa também um espaço geográfico determinado dentro de um espaço maior, a mãe Terra.

Essas duas vertentes do “ homo políticus”, o social e o geográfico, não podem ser discutidas e trabalhadas separadamente, como até hoje fizemos, com conseqüências bem conhecidas de todos. Urge uma formação, nos dias atuais, de uma cidadania do ser comunitário, que se fundamente nesta re-ligação perdida, a fim de que não se interrompa a aventura da vida humana.

Com as questões ambientais ocupando as vitrines e as cabeças da governança global, catástrofes se repetindo a cada dia, fruto da absoluta falta de investimentos em políticas públicas para controle e mudança, dentre outras ações práticas, da matriz energética mundial, precisamos retomar o lugar que nos cabe como atores das mudanças necessárias.

Sem nos aprofundarmos no tema “ Reforma Política “, um dos elos principais da cadeia eleitoral informal que tem deformado a representatividade da jovem democracia brasileira, é o Partido Político.

Um partido político tem sua estrutura organizacional prevista por lei, mas nada o impede de ser apenas isto, uma instituição burocrática e misteriosa, afastada dos seus principais objetivos, a representatividade e a participação popular.  Como menor célula do poder republicano, deve e pode, em função da sua proximidade com a população local, desempenhar um papel fundamental nos municípios, ouvindo-a nos seus anseios, nas suas preocupações e demandas sociais, sendo o verdadeiro articulador de um diálogo produtivo que desemboque em Políticas Públicas para a sustentabilidade.

Hoje, 05/06 - DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, o Partido Verde de Cabo Frio, cuja denominação expressa sua ideologia, quer reafirmar seus princípios norteadores, buscando com isso ocupar o espaço que lhe é inerente na sociedade cabo-friense. Queremos rediscutir, por exemplo, de forma contundente e pró-ativa, o papel dos royalties do petróleo. Desde que passaram a ser recebidos com abundância pela prefeitura de Cabo Frio, passamos a uma dependência total do seu comando. Dependência econômica, política, social, ambiental e, principalmente, eleitoreira. Quase uma dependência “ química “ para usar um termo mais popular.

As reflexões necessárias: precisamos realmente dessa terrível dependência? Não somos capazes de gerar uma economia auto-sustentável com base no nosso enorme patrimônio histórico-natural?

Para nós “verdes”, os royalties devem ser usados prioritariamente em ações como saneamento básico, coleta seletiva e reciclagem de lixo, criação de verdadeiras ciclovias, demarcação e implementação dos Parques Municipais, como o da Boca da Barra, proteção e restauração dos nossos patrimônios históricos, entre outras de cunho sócio-ambiental.

            A sua gastança, sem criar uma economia forte, pode nos fazer mal e trazer graves prejuízos num futuro próximo.

 Juarez Marques Lopes

Engenheiro Civil e Sanitarista

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