Crescimento Desordenado: Fator de Perda de Qualidade de Vida

27/03/2010 15:40

 A inauguração da Ponte “Presidente Costa e Silva”, no ano de 1974, e a fusão que permitiu a criação do atual Estado do Rio de Janeiro, trouxeram ao interior do estado e, principalmente para a Região das Baixadas Litorâneas, um principio de euforia natural e o prenuncio de novos tempos que, trinta anos mais tarde, mostraram-se impotentes face aos problemas sócio-ambientais decorrentes da falta de ação para disciplinar o uso do solo de forma a minimizar os impactos sobre os ecossistemas locais.

É bem verdade, que algumas poucas cidades, como Cabo Frio, já em 1979, criaram leis que buscavam cumprir estes objetivos, hoje conhecidos como funções sociais da cidade e da propriedade urbana. Alguns parâmetros urbanísticos trazidos pela lei n° 116/79, como a taxa de ocupação, zoneamento, usos e atividades permissíveis, criação de áreas de proteção ambiental, exigências de vagas para automóveis, lotes mínimos, entre outros, dispunham sobre o zoneamento e o uso do solo em Cabo Frio tentando organizar o crescimento urbano de forma sustentável.

A partir da década de 80, se observa em Cabo Frio e nas cidades vizinhas, uma pressão muito grande por parte da especulação imobiliária e da indústria da construção civil, função de seus atraentes recursos para o turismo de 2ª moradia.

Outro momento importante e emblemático, é o início da década de 90, quando passamos a receber vultuosos recursos oriundos dos royalties sobre a exploração do petróleo, dinheiro esse que nunca foi usado para dotar a cidade de uma verdadeira infra-estrutura urbana e gerar emprego e renda através de políticas públicas sustentáveis, como o turismo ou a criação de um circuito universitário com foco na nosso patrimônio cultural, histórico e ambiental, ou ainda a criação de um circuito industrial com o uso de tecnologias e mecanismos de desenvolvimento limpo.

Esta imensa soma de poder econômico, aliado à fragilidade ideológica dos governos municipais e contando com a desmobilização da militância de defesa sócio-ambiental, contribuiu para formar o que chamamos de “ urbanismo de risco “, um modelo ambíguo de ocupação das cidades , uma máquina de exclusão territorial que bloqueia o acesso dos mais pobres às oportunidades econômicas e de desenvolvimento humano, dividindo as cidades entre uma porção legal, rica e com infra-estrutura e a ilegal, pobre e precária, gerando iniquidade social e acelerando o processo de tensão e violência urbana.

Como resultado desse desatino político–administrativo, o quadro atual apresenta as seguintes características: turismo predatório, favelização, baixa na produtividade pesqueira, Impactos sócio-ambientais graves, sub-empregos, descrença na capacidade gerencial da máquina pública, descaracterização do espaço urbano, aculturação e perda da identidade histórico-cultural, além de problemas fundiários graves. O desafio então, para nós agora é combinar crescimento com qualidade de vida. Nós Verdes defendemos:

 

1.    A implantação de um modelo de administração pública com ênfase na gestão democrática da cidade;

2.    A criação de uma lei municipal que determine a aplicação dos royalties do petróleo especificamente em obras de saneamento ambiental, através de um orçamento participativo e descentralizado;

3.    Estabelecimento de diretrizes municipais para os próximos anos, voltadas para a valorização da cultura local e da vocação turística da região em detrimento da especulação imobiliária.

  

Juarez Marques Lopes – Eng. Civil Sanitarista

Presidente PV Cabo Frio

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Crescimento Desordenado: Fator de Perda de Qualidade de Vida

Data 01/09/2010

De Guilherme de Barros Brandão

Assunto Sinceramente, não entendo...

Responder

Cabo Frio é uma das cidades mais belas do Brasil, certamente um lugar que atrai muitas pessoas. Tenho lido sobre o crescimento de Cabo Frio e vi que a prefeitura comemora dados e reportagens sobre possíveis níveis espantosos de crescimento. Como isso pode ser bom? Aumento da violência, pressão nos sistemas públicos de saúde, educação, etc, além da perda ambiental, uma das maiores riquezas de Cabo Frio e que garante seu potencial turístico. Confesso que é um sonho meu morar nesta bela cidade, pois, além de todo o exposto, é um local ótimo para se trabalhar com projetos voltados à Mata Atlântica, com espécies bandeira muito interessantes e potencial ecoturístico sem igual. Idéias assim me assustam e me fazem pensar se seria realmente um ganho de vida pessoal, mas ainda tenho esperança que as pessoas deixem a palavra crescimento de lado para pensar única e exclusivamente em desenvolvimento, afinal de contas, os melhores países do mundo para se viver possuem populações menores que de estados brasileiros.

Data 02/06/2010

De joao victor Rodrigues

Assunto como surgiu e como foi o crescimento do municipio de cabo frio

Responder

não stou encontrando como fazer um trabalho sobre o surgimento e o crescimento do municipio de cabo frio