A ESCOLA COMO PROTAGONISTA NO COMBATE ÀS DROGAS

27/03/2010 15:49

Não há como negar, estamos em crise! Mais do que isso, estamos, enquanto espécie, “em crise de padrão evolutivo“. Coisas sensatas e humanísticas que fazíamos ontem, a cerca de vinte , trinta ou quarenta anos atrás, foram literalmente para o “brejo”. Estamos resolvendo hoje, problemas que criamos ontem e não conseguimos estancar essa sangria. Estamos numa esquina, e a direção que tomarmos a partir de agora, selará o nosso destino. Será que somos só isso: um oportunismo biológico entre dois grandes períodos glaciais? Ou podemos ser verdadeiramente protagonistas?

A superpopulação mundial é um desafio, pois éramos 1 bilhão de habitantes até o início do século 20. Na nossa região, pensando “localmente”, sentimos na pele esse crescimento sem controle que, aliado a falta de cuidado com a escola, com o idoso, com a criança, com o lixo, com a política, com a água, com a vida, tem nos levado a esse momento crítico. A escola não poderia ser diferente. Ela não pode ser protagonista, pois ela é vítima, e nossos eleitos para esse jogo, os professores, estão nessa guerra social como a infantaria, como os peões no jogo do xadrez. Tem uma função importante, mas pouco reconhecida, com pouco apoio. Hoje é assim, mais uma parte do processo, mas já foram protagonistas, indispensáveis a saúde social, a formação do coletivo.

No que tange a insegurança no interior das escolas, um prédio público municipal, não podemos errar o alvo. A responsabilidade, compartilhada a partir da criação das guardas municipais, é do município. Uma guarda municipal equipada, treinada, capacitada, articulada de forma complementar com a Polícia Militar Estadual, e bem remunerada como função social relevante que é, resolve o problema, como outros exemplos estão por aí a nos mostrar o caminho. Nós, da sociedade civil, precisamos nos articularmos e exigir este compromisso dos governantes municipais. Dirigir as nossas preces, angústias e preocupações apenas para a Polícia Militar, é fugir da nossa responsabilidade. É não enxergar o óbvio.

Quanto a escola como receptora de cidadãos/crianças/adultos a cada dia, em situação de risco social mais grave, estamos diante de um quadro conjuntural, um purgatório social, com raízes profundamente fincadas nesta sociedade em que vivemos, no capitalismo louco que sustentamos e da qual somos os “únicos responsáveis”.

Enquanto esse dia do “juízo” não chega, como defendido por eméritos educadores, como Darcy Ribeiro, é indispensável uma discussão profunda sobre a possibilidade da adoção da escola em tempo integral, com uma nova pedagogia, com temas transversais como artes, cidadania, religião e outros. Aumentar a carga horária do aprendizado com uma nova escola é combater o risco social. È um verdadeiro programa social a longo prazo. É uma aposta num novo “homem”, num homus mais sapiens do que demens!

Juarez Lopes - Engenheiro Civil Sanitarista/Ambientalista

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